sábado, 5 de setembro de 2020

"Descobrindo que é o mar azul"

Foram 13 dias tomando Primogyna para tentar a estimulação do endométrio... Por telefone, o pessoal da clínica entrou em contato comigo para saber se iríamos fazer a tentativa agora, ou esperar mais um pouco, pois já temos uma doadora com meu fenótipo e mesmo tipo sanguíneo. E decidimos tentar agora, não tem mais por que esperar. E como eu trabalho no Sertão, o ideal é aproveitar a quarentena para tentar engravidar, já que estou trabalhando remotamente, e não preciso viajar 624 km todo fim de semana (o dobro disso, contando a ida e a volta). 

Dia 26 de agosto, ultrassom marcado, e sim temos resposta! No último exame, o endométrio estava com 2 mm e após 13 dias de medicação passou para 4 mm, em algumas partes aproximadamente 5 mm. Saí de lá com um aumento da dosagem do mesmo remédio, pois a médica disse que ainda está fino, como se eu "tivesse acabado de menstruar". Ela praticamente triplicou a dosagem e fiquei de voltar no dia 31.

Dia 31 de agosto, um segundo ultrassom. E sim, conseguimos melhorar. O endométrio foi para 6.9 mm, ela considerou 7 mm. Ligou para Dra. Altina e decidiram passar uma segunda medicação com o objetivo de me fazer "sangrar". Vou tomar por 3 dias, e em torno de 3 a 4 dias após o último comprimido, o sangramento deve vir, e eu preciso comunicar na clínica quando acontecer. Nesse dia já me perguntaram sobre os exames, pediram para dar andamento e só não fazer o exame de zica, por ter validade de apenas 30 dias.

Desde então, fiz o exame de colposcopia e citologia, faltam os ultrassons de tireoide, mamas e axilas e transvaginal. E alguns exames de sangue. Allan também precisa fazer alguns exames, e no momento estamos resolvendo isso. São exames de praxe, para ter a certeza que está tudo certo comigo e que podemos iniciar a tentativa.

E você se pergunta, que título é esse, Milena? Allan me esperava dentro do carro no dia 31, quando fui fazer o primeiro ultrassom, estávamos na expectativa se haveria alguma resposta do endométrio à medicação, e quando entrei no carro para dar a notícia, ele ligou o carro e era essa música que estava cantando nesse trecho: "Felicidade... Brilha no ar...".  E o engraçado foi Allan comentar que a música que tocava naquele momento tinha tudo a ver com o clima, afinal estávamos felizes.

Mas vê, como a letra é bonita:


Não sei, parece que estamos descobrindo que o mar é azul...

É importante dizer que não estamos colocando todas as nossas expectativas nisso. É bom, é legal ver as pessoas e os parentes animados e torcendo. Mas estamos, Allan e eu, muito conscientes de que pode dar certo como também pode dar errado. E isso não é ser pessimista. Claro que queremos que dê certo. Mas saber que pode dar errado é importante para não ficarmos extremamente frustrados depois. Sem contar que ansiedade estraga tudo. Seguimos tranquilos, e com os pés no chão.

A música é meio brega, mas a letra é fofa. Geralmente músicas "caem" em determinados momentos na minha vida. Eu gosto disso. Como quando tocou uma música muito triste de Marisa Monte no dia que eu saí da clínica do outro médico e meus olhos encheram de lágrimas. Agora não lembro mais da música, e acho que não quero mais lembrar.