quinta-feira, 16 de julho de 2015

Nova clínica de reprodução humana

Fertilização In Vitru


Hoje vim para falar da nossa consulta à Dra. Altina Castelo Branco, médica especialista em reprodução humana. Recebi a indicação dela através de uma colega de trabalho, que já tinha me adiantado que lá na clínica dela aceitava Unimed. O médico anterior também é muito bom e recomendado da minha gineco, mas é inegável que o fato de aceitar o plano é um ponto muito positivo, por que R$ 200, R$ 300 reais a cada consulta... Não dá. =(

Dra. Altina também foi indicada pela minha nova ginecologista. Ela é médica do Imip e na internet, e fóruns de FIV, se fala muito bem dela. Tem outra médica muito conhecida também, o nome é Madalena Caldas, até ando pensando em pegar o telefone e ligar só pra ver se aceita algum plano e ouvir outra opinião. Mas o mais provável é ficarmos com Dra. Altina.

Realmente ela é ótima, como todo mundo me falou. Muito gente boa, simples e atenciosa. Tivemos apenas uma pré-consulta e depois conversamos logo com ela que já foi passando os procedimentos, afinal o problema já é bem claro. E sabemos do que precisamos. Não tenho óvulos, logo, preciso de uma ovodoação, para daí fazer a FIV e implantar no meu útero. Achei os valores bem razoáveis, visto ser um tratamento bem caro.

Só tem um único problema... Não sabemos se meu útero está apto para uma gestação... Conforme explicação de Dra. Altina, desde 2012, início do tratamento da radioterapia, meu útero está atrofiado. E a radio mesmo depois de anos continua tendo efeito... Pra saber se o útero responde bem, seria preciso uma dose bem maior de hormônios que me fariam menstruar por alguns meses, e aí se o endométrio se formar direitinho e o útero expulsar tudo conforme deve ser, aí sim, partiremos para os exames seguintes que seria a histeroscopia e para meu noivo o espermograma. Saímos de lá com a guia do exame. Gostei dela, por ser pro-ativa  como Mônica Diniz.

Um porém é que, este ano meu útero completa 3 anos de atrofiamento... E isso é ruim. Não existe um tempo mínimo, só se sabe que quanto mais tempo passar é pior. Por ela nos casamos e já damos início ao tratamento,  inclusive ela pediu o aval da minha oncologista para começar antes dos 5 anos de remissão. Por que em determinado tempo a tendência é o útero não responder.

Isso deu uma certa tensão... Até porque nós pretendíamos ter um tempo casados, organizar as contas... E as cabeças. Afinal, não se vira pai e mãe de um dia pro outro. Quer dizer, tem gente que vira, mas não é o recomendado... Hehehehe. Deu aquele frio na barriga... Inclusive sobre o tempo, o relógio voltou a correr novamente... E isso é ruim.

Como sempre, preciso tomar grandes decisões na vida, que envolvem o tudo ou nada. Esse nível Hard nunca acaba, é impressionante... 

Bebês...

Por enquanto não definimos nada, estamos absorvendo a informação... Estou fazendo ainda os exames da gineco... Em novembro, logo após meu casamento verei Dra Roberta para mais uma revisão, e conversarei sobre isso com ela. Também pretendo, ao levar os exames pra gineco, perguntar sobre a possibilidade de me fazer menstruar com os hormônios da reposição, se é possível e se seria bom ou não para o útero. Também vou pesquisar informações sobre isso... 

Pra finalizar, Dra. Altina tem o cabelo vermelho. Seria isto um sinal? ;)
Hahahahahha, adorei ela!

Até a próxima! Nos vemos nos próximos capítulos!

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Só diversão #sqn

Faz pouco tempo que fui em uma nova ginecologista... Essa foi a quarta tentativa. E deu certo! Vocês precisam conhecer a médica Mônica Diniz, também da Clínica Continence que é especializada nas questões do assoalho pélvico, aqui em Recife. Gostei demais dela, foi bem curta e pragmática. Me disse que não vai se meter na reposição hormonal, já que o especialista em fertilização e minha oncologista liberaram. Apesar dos "contra", ela também concorda que o coração e os ossos precisam ser preservados, porque ainda sou muito jovem.

Fui examinada, e ela foi bastante positiva. Disse que para quem sofreu radioterapia pélvica a região está bem. Além de manter os hormônios e o lubrificante, é apenas uma questão muscular. Os músculos estão "entrevados" e precisa de exercício para voltar ao funcionamento normal. Já foi me indicando a especialista em fertilização Altina, e conhece meu cirurgião José Figueiroa Filho e Agostinho Machado (fertilização). Estou com Altina marcada, postarei aqui assim que conversar com ela.

A gineco me pediu trocentos mil exames! Inclusive mamografia. Gostei muito dela, bastante pro-ativa! Faz o meu tipo! Sem arrudeios! É pá pum! 

Odiei a mamografia... Troço chato e muito dolorido, ser mulher é um saco, falando sério! 
=(
A moça que faz o exame conversou um monte comigo... Dando conselhos, orientando, perguntando sobre o meu caso e tal... Disse que eu pedisse ao médico pra fazer antes e depois de engravidar por FIV... Pra ficar atenta... Enfim, ela deve ver muitos casos lá naquela salinha... E sabendo que faço reposição hormonal... Ficam todos preocupados. Mais uma vez o endovaginal foi extremamento doloroso, na parte que a médica tenta visualizar os ovários, mexem tanto lá dentro que sinto o útero doer dentro da pelve, o negócio é fechar os olhos e imaginar um grito silencioso... 
=(


E ainda acham que estou de "doce" quando digo que não tenho tempo...

A vida segue... Ainda tenho mil exames pra fazer, muitos que eu nunca ouvi falar, pra levar de volta à nova gineco! Pra ela poder liberar fisioterapia uroginecológica pra mim. Além disso, ela passou vários remédios, um creme interno, um externo e um remédio usado para fibromialgia, mas em uma dosagem menor, indicado para as dores da região. Os exercício que ela passou e os dilatadores forçam e eu sinto muita dor, ela também acha que não há melhora pois eu não aguento a dor que sinto, então passou um remédio para aliviar até que se consiga sucesso sobre a estenose vaginal.

Além desses, tenho vários exames de oftalmologia pra fazer por conta de já precisar de grau para perto tão nova, também estou com algo na retina que está no limite do normal, e por ter glaucoma na família... Mas, não sei quando vai ser porque 24 horas é pouco. No mais, continua tudo nos conformes. 

Até logo mais!


quarta-feira, 3 de junho de 2015

Câncer em jovens adultos -- [vomitando algumas palavras]

Sobreviver a um câncer dá uma falsa de ideia de força e superação. A gente passa a achar que é muito forte e que qualquer problema é fichinha. Você se acostuma a ser chamado de "herói". Não é. Principalmente quando se é um jovem adulto. Um jovem adulto está no limiar, ele não é muito novo e nem muito velho. Não é como uma criança, uma "máquina tinindo", que muitas vezes nem desenvolveu seu estoque reprodutor ainda... Ou um idoso, que já teve oportunidade de viver e experienciar tudo no tempo certo. Não quero com isso dizer que a vida de qualquer um deles valha mais ou que é mais pesaroso em certa faixa etária ou não. Cada caso é um caso único. O fato é que, ter força emocional pra ser tratado durante a doença como "novo" e após a doença como "velho" é bastante frustrante, doloroso, e muito difícil. Só isso, o mundo não acabou.

Por mais que eu leia, use joguinhos de celular enquanto perco horas do meu dia, duas a três vezes por semana numa clínica para fazer exames de menopausa, ou de perda óssea, ou de prevenção cardíaca, ou vários outros... É inevitável que ao menos eu pense: "Eu não deveria estar aqui.". As outras pessoas da minha idade estão trabalhando, estudando, se divertindo, da forma que escolheram. Dizem que também posso escolher. Mentira. Minha escolha é uma só: Eu tenho que aceitar. Aceitar que meu corpo lutará contra a sua própria existência, biologicamente falando, ele é uma falha. Deu um erro no sistema. Puft. E enquanto ele for rapidamente (não cronologicamente) se deteriorando, a medicina vai me oferecendo artifícios para tentar prolongá-lo da forma mais próxima do normal. Todos envelhecem, que drama. Não aos 32. Uns aos 15, sim. Sempre poderia ser pior, claro. Mas não tente, não usarei a situação de alguém para me sentir melhor com a minha. Na minha opinião é meio doentio.

Tenho muitas dificuldades para aceitar que preciso gastar os meus dias tentando preservar o meu corpo pelo dobro, ou triplo de tempo. Tempo que eu deveria gastar apenas daqui a 20 anos. Tudo fica mais difícil, mais lento. What's the point? Durante a quimioterapia e a radio era mais fácil perceber que é só um: felicidade. E mesmo naqueles dias ela vinha, de 15 em 15 dias. Era a alternância entre o sentimento de morte e todas as outras coisas ruins e ter 29 anos novamente.

Deixei de achar "bonitinho" a piedade dos médicos em querer me poupar, porque só tenho 30 anos. Que nunca passou isso ou aquilo para alguém mais novo que 36. Eu tenho que esperar os 36, mesmo que eu tenha 32 e precise como se tivesse 40. De novo. Isso não consegue pairar calmamente na minha cabeça.

Tenho plena consciência da quantidade de pessoas que sofrem muito mais que eu com problemas da mesma origem, embora sejam poucos, inclusive eu me sinto feliz quando consigo encontrá-los. Não é felicidade pela desgraça alheia. É um sentimento único, por que eu sei que essa pessoa não vai me dizer: "você é jovem, é exagero seu, eu aqui ó, cheio de dor nas costas... vivi muito". Ela não me vê só por fora. Ela entende o que tem por dentro, por que está passando por isso também. 

Eu tento procurar o lado racional, um objetivo pra evitar  o "desmoronamento" antes do tempo. Agradecer por "estar viva", agradecer por que "poderia ser pior" não faz meu tipo. Infelizmente, eu quero mais. Talvez sofra por isso, a vida inteira. Sofro por que não aceito o que meu corpo vem fazendo comigo. E estamos sozinhos.  Me sinto, na maioria das vezes, deslocada. Esses dias eu estava pensando que talvez fizesse bem procurar algum grupo de idosas e começar a interagir com elas sobre menopausa, sexo na terceira idade, retina, exames de glaucoma, densitometrias, insuficiência de vitamina D, alimentação saudável, etc. com certeza teremos muitos assuntos para conversar...



Por fim, o tempo me leva a concluir que talvez a felicidade "reservada" ou "permitida" para mim não seja o usual das pessoas da minha idade: um emprego, um filho, uma conquista profissional ou pessoal. Talvez, minha conquista seja no máximo o que eu sinto quando como uma paleta mexicana recheada de doce de leite. Mas, calma, nem por isso ela é menor, ou insignificante, preciso apenas me acostumar a ela, porque não posso deixar passar a possibilidade de que até o fim dos meus dias ela seja a única e eu a tenha deixado passar. 

Por favor, aceitem a metáfora.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Revisão 6 meses [2 anos e 3 meses NED]

Ir no CPO, ver as enfermeiras, a psicóloga Camila, as meninas da recepção e minha oncologista, Roberta Torreão é sempre muito bom e muito feliz. É tão legal ver a felicidade delas por me verem bem. É bom mesmo... Guardarei pra sempre muitas memórias daquele lugar. Curiosamente, é a única "clínica médica" onde me sinto "em casa"... Não sei explicar.

Voltei pra casa com muitos elogios. "Está linda!". Hahahaha. Deve ser a atividade física. Dra Roberta crente que eu estava "mais cheinha"... 53 kg e 100 gramas... Não tem jeito.

Raios X, ok. Ultrassom... Sugestiva de pólipo na vesícula, medindo 0,4 cm... Exames de sangue, insuficiência preocupante de vitamina D e leucócitos na urina. O restante, ok. Nunca tive nada na vesícula e nenhum exame até agora havia apresentado isso... O que se tem a fazer é observar de agora em diante... 

Sobre a vitamina D, discutimos e concluímos que não há razão pra essa insuficiência, levo sol todos os dias, e é muito sol mesmo! Basta me encontrar lá na fila do busão, todo dia de manhãzinha... Sol no quengo! E mais sol entre às 12h e 13h da tarde. Como a vitamina D está relacionada com a absorção de cálcio, e eu estou na menopausa, ela ficou preocupada e já passou a reposição em forma de remédio e exame em 3 meses pra ver o que acontece... Com 6 meses, exame novamente... 

Sobre a urina... Ela pediu uma cultura, ficou um pouco encucada com esses leucócitos pois poderia ser algum sinal de infecção, mas eu não estou sentindo nada. Está meio estranho...


Muita diversão para os próximos 6 meses...

Anyways, voltei pra casa assim, cheia de papel! Guias... O que é sempre um pouco frustrante... Você vai pra uma revisão oncológica esperando sempre que tudo chegue a um fim. Mas, quanto mais o tempo passa, acho que esse fim nunca vai existir... Cenas do próximo capítulo: dentista marcado, oftalmo marcado, fertilização (nova médica) marcado.

Bye bye, boa vida, boa saúde. Aproveitem!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

2 anos NED (No Evidence of Disease) #cancerfree

18 de Fevereiro de 2015 e exatamente 2 anos atrás eu estava começando o último ciclo de quimioterapia adjuvante no tratamento de um adenocarcinoma de origem intestinal localizado no reto médio/superior. Um tumor maligno.

Quando penso nessa frase, a quantidade de coisas que vêm a minha cabeça é tão grande. E é quase impossível não encher os olhos de lágrimas. Era minha última quimio e eu estava já com plaquetopenia, mas fomos em frente, afinal era a última! Já não aguentava mais... O que valeu é que o tratamento deu certo. Não é?

Ontem vi um filme, e parecia que em pequenas partes estava vendo o meu filme... 50%, a história de um rapaz que nunca fumou, nunca bebeu, sempre fez tudo direitinho na vida e boooom, um câncer aos 27 anos. Sorteado na pior loteria que há. Ele tinha 50% de chances de viver. Eu lembro que pro meu CA eram 5 a 10 anos de expectativa de vida... Cada um tem o seu. E era tudo igualzinho... Fazer quimio, procurar gânglios no pescoço, mostrar a língua... Olhar o peso e depois a cadeirinha com maquininha e 4 horas de remédio... Ver todo mundo, fazer amigos na quimio ou na radio, perceber-se o único jovem ali... Tudo igual, só muda onde está o tumor.

Uma coisa que me fez pensar quando vi o filme, foi em relação aos amigos, e as pessoas que se afastam... Às vezes vejo cada história por aí. Isso posso dizer que não tive. Pelo contrário, todos os amigos que estavam distantes por motivos naturais, afinal a gente cresce e deixa de se ver todo dia, todos meus grandes amigos vieram me ver, e ficaram perto de mim de alguma forma, mesmo longe fisicamente. Houveram visitas amáveis e calorosas. Posso um dia não ter nada na vida, mas grandes amigos sempre terei. Isso me emociona. Ah! Que coração mole.

2 anos free da doença, mas não dos médicos e exames... Hehehehe. Nem tudo são flores. Médicos, praticamente todo mês tem. Em abril, novos exames para mostrar tudo em Maio para oncologista. Dra. Roberta, lembram? 

E no próximo mês, na primeira semana de março, dia 06, espero você de azul comigo no Dress in Blue Day!



Colon Cancer Awareness 
Prevenção é o melhor remédio